Milton Santos e a globalização na prova do ENEM

Faaala, galera! Dando continuidade aos nossos papos geográficos das aulas, vamos conversar um pouco sobre a famosa globalização. O termo globalização é uma dessas palavras que está em toda a parte, nos livros, nos filmes, nos comerciais de TV, em slogans de empresas de turismo, etc. É evidente que, quando uma palavra é usada em excesso, de diversas maneiras e nos variados contextos, seu verdadeiro significado pode ficar comprometido. E você deve estar se perguntando: “E, agora, como saber o significado dessa tal globalização? O que é isso afinal? Esse negócio cai no ENEM?”

Como a globalização é um dos conceitos mais discutidos dentro da Geografia – discussão que vai além dessa área do conhecimento, sendo motivo de debates também dentro da sociologia, da economia, etc. – é um tema importante para a prova de Ciências Humanas no ENEM! Milton Santos (sim, o famoso “tio Milton”), um dos mais brilhantes geógrafos do Brasil e do mundo, é especialista no tema da globalização, ou seja, é “o cara” para nos ajudar a entender esse fenômeno. Para ele, a globalização é o estágio supremo da internacionalização capitalista. Trocando em miúdos, podemos considerá-la como a fase atual do capitalismo ou da história (SANTOS, 2013).

A origem do processo de globalização remonta às Grandes Navegações, mas o fenômeno só vai se consolidar a partir da década de 1970 com a Revolução Técnico-Científica. O grande desenvolvimento nas tecnologias de comunicação e transporte permitem a instantaneidade da informação e maior velocidade nos deslocamentos, o que possibilita a interconexão entre os lugares e a configuração de uma economia mundial integrada. O próprio espaço geográfico, destaca sempre o grande Milton, sofre transformações, tornando-se um meio técnico-científico-informacional – meio que está presente em todos os continentes, mas em diferentes proporções, sendo mais contínuo nas regiões mais ricas do planeta e rarefeito nos países subdesenvolvidos.

E na prova do ENEM, afinal, o que é preciso saber? Primeiramente, é importante compreender a relação entre revolução técnico-científica e globalização. Além disso, anota aí que a globalização é um fenômeno econômico, cultural e excludente. É um fenômeno econômico, pois acompanha a configuração de um sistema econômico planetário, funcionando a partir de um motor único, em que os diversos territórios vão desempenhar funções designadas pelos atores hegemônicos da economia mundial. Temas importantes, nesse sentido, são a atuação das transnacionais, a formação de blocos econômicos e o fortalecimento do neoliberalismo.

Com relação à face cultural da globalização, destaca-se que ela tenta eliminar os costumes locais e difundir a cultura do consumo – um bom exemplo é a inserção de novos hábitos com a chegada dos fast foods nas mais diversas regiões do planeta. Já o fato dela ser considerada um fenômeno excludente, deve-se ao aprofundamento da pobreza e do desemprego em todos os continentes. Nos países subdesenvolvidos, essa exclusão torna-se ainda mais forte, pois o fenômeno gera maiores distorções regionais e desigualdades sociais. A globalização, para próprio Milton Santos (2003), está se impondo como uma fábrica de perversidades para a maior parte da humanidade.

É, galera, o conceito de globalização é bastante amplo. Mas foi possível perceber que não é “um bicho de sete cabeças”. Esse fenômeno nada mais é do que a fase atual do capitalismo, o momento histórico recente, que tem sua consolidação desde a década de 1970. Nas provas do ENEM ou nos vestibulares, a globalização pode aparecer de maneira explícita – tratando de sua origem ou suas consequências – ou de forma implícita – isto é, diluída em outros temas como a indústria, a rede de cidades mundial, os blocos econômicos, etc.

Se alguns conteúdos da geografia como a rede urbana e a indústria fossem detalhes importantes em uma pintura, a globalização seria o quadro inteiro. Talvez você esteja tão próximo da pintura para atentar aos detalhes e esquecendo de observar toda a obra. Não esqueça que essa visão da totalidade ajuda a compreender melhor diversos detalhes da Geografia! No mais, galera, sigam as dicas das aulas e detonem na prova!

 

BIBLIOGRAFIA

SANTOS, M. Técnica, Espaço, Tempo: Globalização e meio técnico-científico-informacional. 5. ed. São Paulo: EDUSP, 2013.

SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 10. ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.



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